Lost at the sea.
Vou-me perder nesse mar, amor. Consegues ouvir os Linda Martini a tocar?
Vou pôr a minha melhor roupa de marinheira: o vestido que tu gostas, o batom vermelho que acaba sempre nos dentes.
Já sei dar nós, sabes ? Dou um nó de confiança, pelas vezes que concordamos em.silencio. Um nó de carinho, quando cozinhas para mim quando mal consigo abrir os olhos com o peso do mundo. Um nó de confidência, pelas vezes que não precisamos de palavras. Este e tantos outros que aprendi contigo. Tu tens os teus nós também. Fazes os teus em silêncio, um sorriso discreto . Não os sinto no entanto sei que estão bem apertados.
Vou dar nós a mais, porque no meu coração há uma semente de medo, daquelas que não quero alimentar mas sei que está lá. Uma erva daninha que me diz que as suas raízes são mais fortes que os meus nós.
Vou esticar bem as velas enquanto tento não cair, para que cheguemos a bom porto. Ainda que gosto de onde atracamos, há um mapa que nos diz que conseguimos chegar mais longe.
Deixamos poucas pessoas subir ao barco. Já aprendemos que há pessoas que são oceanos de luz e outras são ilhas, que tu me lembras que nem todas são paradisíacas.
Vou derramar água no convés. Vou culpar- me muito. É só água, tu dizes. É só um balde de água , que eu peço a mim própria que não o continue a derramar.
Tu sabes que a âncora é o que eu mais gosto Goste tu que a fizeste e que a atracaste cá dentro, sem eu saber.
Talvez temos de trocar de leme ou de direção. Seremos sempre os dois a segurá-lo.
Vou-me perder nesse mar, amor.
Nesse mar que é só teu e que me deixaste navegar. Aquele que os teus olhos mostram enquanto fechas os olhos e eu dou um beijinho nas pálpebras.
É que o mar cheira a casa e tu cheiras a mar . Mesmo antes de eu saber que um barco te traria a mim.
Gostei muito da tua escrita! Adorei ler!
ResponderEliminarobrigada por essas palavras! significam muito!
EliminarBoca de sal, eu sei que mereço, não me afogues já, quero tudo ao mesmo tempo... Deve ser por aqui ;)
ResponderEliminarpor acaso inspirei-me mais na Este Mar. :)
EliminarA pergunta que se nos coloca é saber qual o nó, certo, que se precisa desatar, para que o próximo passo a dar seja o correto, sabendo que vamos mexer com sentimentos, valores e pessoas que nos são próximas. Nós invisíveis que nos prendem, que só existem no nosso pensamento, não filtrado, como o medo de fracassar, o medo de perder algo ou alguém, a vergonha. Interessa seguir em frente, soltar a nossa mente, o nosso coração, desatar os nós que nos aprisionam os sentimentos, a tristeza e a angústia por algo que nos foi roubado, que perdemos demasiado tempo a digerir, mas só continuando na senda dos nossos ideais encontraremos, no futuro, melhores momentos, grandes e brilhantes conquistas. Não sendo fácil, porém possível quando nos suplantamos, quando nos lembramos das nossas origens e o quanto nelas nos revemos e orgulhamos, pensar que os que para trás ficaram serão sempre os primeiros, quando deles precisarmos, a dizer presente. Mas mais importante é estarmos atentos aos sinais do dia a dia para irmos corrigindo o rumo da nossa existência.
ResponderEliminartemos de escrever um livro juntos!*
EliminarMuito lindo o texto, adorei as metáforas que utiliza para descrever o amor, a confiança, a relação, os sentimentos ... Parabéns pela escrita criativa.
ResponderEliminartantas palavras boas! obrigada!*
EliminarMuito lindo o texto, adorei as metáforas que utiliza para descrever o amor, a confiança, a relação, os sentimentos ... Parabéns pela escrita criativa.
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