Book Review: Crying in H Mart de Michelle Zauner

 “I remember these things clearly because that was how my mother loved you, not through white lies and constant verbal affirmation, but in subtle observations of what brought you joy, pocketed away to make you feel comforted and cared for without even realizing it. She remembered if you liked your stews with extra broth, if you were sensitive to spice, if you hated tomatoes, if you didn't eat seafood, if you had a large appetite. She remembered which banchan side dish you emptied first so the next time you were over it'd be set with a heaping double portion, served alongside the various other preferences that made you, you.”




Na minha tentativa de ler mais não-ficção, comprei este livro na minha primeira visita ao BookBar em Londres, numa tarde solarenga.  Comecei de imediato a ler mas achei que não iria dar a atenção que merecia naquele momento. Mas aqui estamos. 

É-me estranho dar uma pontuação e escrever uma review numa obra tão pessoal e catártica. A emoção crua, o luto lento e silencioso, envolvido em descrições deliciosas de comida e cultura é extremamente viciante - mas sinto à mesma que estou a interferir numa memória que não devia. 

Neste livro, Michelle leva-nos numa viagem à sua infância, narrando a relação atribulada com a sua mão, os seus anos rebeldes e as diferentes lutas no sentido de pertencer: pertencer e existir numa cultura (ou neste caso, duas), numa casa, num espaço. A mãe da autora é então diagnosticada com cancro e vemos o reverso dos papéis, com a autora neste caso a tomar conta da mãe no seu estado mais frágil. é uma obra incrível que nos mostra os pequenos momentos que todos tomamos por garantidos e pequenas pérolas de conhecimento que muitas vezes não apreciamos até mais tarde.

Adorei descobrir como a autora encontrou conforto e consolo na descoberta de comida tradicional Coreana, nas técnicas, ingredientes e amor e como ela entrelaçou e reuniu as suas emoções e experiências enquanto cozinhava estes pratos. 

Não chorei durante esta leitura, até ao último capítulo onde Michelle descobre o frigorífico de kimchi da mãe. Se lerem, preparem-se.

Também li, como recomendado pela a autora, o seu artigo na Revista Glamour de 2016 intitulado "Love, Loss and Kimchi" que aconselho vivamente, como o ouvir a banda de Michelle, Japanese Breakfast.


Classificação: 5/5 ⭐
Recomendado se gostaste de: Born a Crime, Trevor Noah
Soundtrack aconselhada: Japanese Breakfast no Tiny Desk Concerts

Comentários

Mensagens populares