Review: The Bear and the Nightingale de Katherine Arden ( The Winternight Trilogy)

 “I would rather die tomorrow in the forest than live a hundred years of the life appointed me.”



Já falei por aqui sobre a minha reconciliação com o género de Leitura que mais aprecio , Fantasia, e sendo uma sortuda no campo das amizades, recebi esta trilogia de Katherine Arden pelo meu aniversário. Para além de incluir post its com playlists, veio com reviews excelentes, tornando-se prioridade nas leituras de Março.

The Bear and The Nightingale é o livro de estreia da autora e a primeira parte desta trilogia. É uma fantasia histórica, que tem como pano de fundo a Rússia, mais concretamente no período onde a Igreja Ortodoxa ganhava terreno sobre as crenças pagãs . Com apontamentos de folclore eslavo, a história centra-se em Vasilisa (ou Vasya) que possui o dom de ver e interagir com diversos espíritos e criaturas no mundo, algo que assusta as pessoas da sua aldeia, alineando-a dos seus vizinhos e até da própria família.


I have never seen Tsargrad, or angels, or heard the voice of God. But I think you should be careful, Batyushka, that God does not speak in the voice of your own wishing. We have never needed saving before.”


A narrativa começa com o nascimento de Vasya e consequente morte de sua mãe, Marina.  O pai, Piotr, acaba por voltar a casar e aos olhos da madrasta, as criaturas de Vasilisa são demónios e motivo de terror. Isto despoleta uma relação tumultosa na casa que piora com o aparecimento de um novo padre, fascinado e assustado com a "impertinência " da nossa protagonista.

Vasya vê a sua infância chegar ao fim abruptamente, tendo de enfrentar a fúria dos "velhos deuses" alinhada com a escolha e ameaça de um casamento ou exílio num convento. 

É difícil explicar a história sem qualquer spoiler, portanto concentro as minhas palavras nos pontos fortes da narrativa. Primeiramente, a escrita de Katherine Arden consegue evocar o inverno, a tragédia e o oculto e faz com que acreditemos que o frio é uma personagem fulcral ao plot. Além disso, a integração folclórica espicaçou a minha curiosidade e dei por mim a procurar saber mais sobre os mitos e contos mencionados. A invocação de imagens é tão forte que dei por mim com frio!

O outro ponto forte, juntamente com a construção deste mundo, é a protagonista e o seu desenvolvimento. Admiro muito o facto desta personagem ter sido pensado e construída tendo em conta o contexto temporal e espacial , mas nem por isso deixa de ser uma mulher forte, que abraça as suas diferenças quando se apercebe que não se enquadra no molde da sociedade ao seu redor.


“Am I a child? Always someone else must decide for me. But this I will decide for myself.”


Esta primeira estância não recebe 5 estrelas por um motivo até simples: apesar da história  conter poucas personagens, existem muitas alcunhas e maneirismos próprios da cultura russa para cada nome, tanto que dei por mim frequentemente confusa e a reler passagens à procura da introduçãodessa personagem. Claro que há um glossário que eu descobri...no fim da leitura.

A história de Vasya tem tanto de beleza como de tragédia. Veremos se o tom é o mesmo no segundo volume da trilogia.



Classificação: 4.5/5 ⭐
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Soundtrack aconselhada: In the woods somewhere de Hozier 

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